8 de setembro de 2014

1º dia de greve da construção civil é marcado por repressão policial

Depois de dois dias de paralisação e várias tentativas de negociação com o sindicato patronal para pressionar um avanço na proposta de reajuste salarial, os operários e operárias da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba deram início à greve na manhã desta segunda-feira (08/09). Os trabalhadores já aceitaram a proposta da patronal de R$40 na cesta básica, mas rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7%. Após assembleia, realizada na frente do sindicato da categoria, os trabalhadores resolveram manter a greve e preparam um forte ato para amanhã (09/09). 
Vários canteiros de obra estão parados nas três principais cidades da Região Metropolitana de Belém (RMB). Desde às 5h30 da manhã, vários diretores do sindicato e militantes do PSTU aguardavam a chegada dos trabalhadores nos canteiros de obra. Após a chegada, o piquete saia ao encontro de novos piquetes com mais operários. Os trabalhadores eram seguidos de perto por carros de polícia, pela ROTAM e pela cavalaria. Infelizmente, durante um dos piquetes de greve (na obra da empresa Freire Melo Engenharia) houve intimidação, agressão e disparos de spray de pimenta e bala de borracha contra os operários. Um operário, inclusive, ficou ferido em virtude da ação covarde da tropa comandada pelo Cabo Coutinho.
“Nós estávamos em frente à obra, tentando ver se havia trabalhadores dentro, quando fomos surpreendidos com disparos”, contava o operário Damião.
“Esse é o papel que a polícia do governador Simão Jatene (PSDB) cumpre: reprimir manifestações e mobilizações pacíficas de pais e mães de família. Nós não vamos aceitar esse tipo de ação!”, denunciou o operário, vereador de Belém e candidato a deputado federal, Cleber Rabelo (1616).
Apesar da repressão, os trabalhadores não se intimidam com a violência e, em assembleia, decidiram continuar a luta pelo aumento salarial. A categoria reivindica 10% de reajuste salarial e prepara um forte nesta terça-feira. “A categoria está unida e convencida de que esta é uma luta justa. Agora, vamos mostrar nossa força aos patrões e dialogar com a população sobre a justeza dessa causa!”, disse Cleber.

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