Manifestantes realizaram, na manha desta quinta-feira, um
ato público em defesa das greves nos órgãos públicos federais, estaduais e
municipais. Aglutinados na frente da Sede do Banco Central, emBelém, cerca de
400 estudantes, professores, técnicos administrativos da UFPA e UFRA, além de
trabalhadores do INCRA, FUNASA, IBAMA, Construção Civil e outras categorias,
protestaram por melhorias nas condições de trabalho, reajuste salarial, contra
a privatização dos hospitais universitários, contra a privatização da
previdência social e em solidariedade os companheiros e companheiras que foram
indiciados criminalmente pelos protestos em Altamira, durante o Xingu +23.
O
PSTU esteve presente na mobilização e participação ativa no protesto. Para o
partido, a culpa da crise econômica mundial é única e exclusivamente dos
governos capitalistas, banqueiros e das multinacionais, que controlam toda a
economia mundial em favor de seus interesses. O governo brasileiro destina 47%
do orçamento da União para o pagamento de juros e amortização da dívida
pública. Para a Saúde e Educação são destinados apenas 7%. Além disso, são
deixados de recolher cerca de 17 bilhões de reais, com isenções fiscais e
perdões de dívida, de fabricante de automóveis e empresários da educação.
O
operário da construção civil e presidente do Diretório Estadual do PSTU, Cléber
Rabelo esteve presente na mobilização e em sua fala reiterou a necessidade dos
trabalhadores se organizarem para lutarem contra os ajustes fiscais dos
governos e contra os planos de austeridade implementados em todo o mundo, com
vista a manter a ordem política e econômica do capitalismo, que explora todos
os dias milhares de trabalhadores e trabalhadoras, retirando seus direitos,
reduzindo seus salários e precarizando os serviços básicos para a população,
saúde, empregos, previdência social, segurança e etc. O partido acredita que
somente com a luta e a mobilização direta dos trabalhadores, vamos poder
construir uma forte greve geral no Brasil, semelhante ao que está ocorrendo em
alguns países europeus, devido atual crise econômica mundial.
A
servidora pública federal, Ângela Azevedo, também esteve presente na
manifestação. Ângela que também é militante do PSTU e uma das dirigentes do
comando de greve dos servidores das instituições federais, ressaltou a
importância e o tamanho dessa greve na Educação que já se tornou a maior nos
últimos 10 anos, desde a chegada do governo Lula e Dilma, já são 55
instituições paradas que reivindicam o reajuste salarial, incorporação do
planos de carreira, cargos e remuneração (PCCR), além de greve estudantil em
diversas universidades, a exemplo da UFPA, UFRA e UFOPA, em que os estudantes
estão paralisados desde o inicio do mês.
Em
Belém a rede municipal de ensino conta com 59 escolas, 53 unidades pedagógicas
e apenas 34 creches. Para a servidora, que também é professora da rede básica,
as principais dificuldades encontradas são as péssimas condições de trabalho,
falta de valorização dos profissionais e a corrupção por parte do poder
público. A corrupção no Brasil custa cerca de 3,5 bilhões de dólares, ou seja,
convertido em reais a algo em torno de 7,5 bilhões. E quem paga a conta são os
trabalhadores e trabalhadoras.
Além
das pautas das greves, o PSTU se solidariza com os povos de Xingu na luta
contra Belo Monte. Na manhã de ontem, de forma arbitrária, foi decretada a
prisão de 11 ativistas do Movimento Xingu-Vivo que participaram dos protestos
ocorridos em Altamira, durante o Xingu +23. A justiça paraense, o governo
federal e a Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina, tentam
a todo custo criminalizar os movimentos sociais que se colocam contra esse
megaprojeto, que devasta a floresta amazônica, extingue centenas de animais, além
de desabrigar populações ribeirinhas e populações indígenas residentes na área a
centenas de anos.
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