4 de julho de 2012

Final de libertadores, greve da educação superior e o Bóson de Higgs


Hoje foi anunciada em Genebra na Suíça uma das maiores descobertas científicas dos últimos anos, o laboratório CERN, um dos mais conceituados do mundo em física experimental, foi responsável por duas experiências que demonstram de forma muito consistente a existência de uma partícula subatômica conhecida como Bóson de Higgs.
Essa partícula que havia sido teorizada por Peter Higgs na década de 1960, só agora pode ter uma comprovação experimental, graças aos avanços dos imensos aceleradores de partículas. Essa descoberta é particularmente importante não porque muda os rumos da ciência como conhecemos, mas demonstra que a física está no caminho certo para explicar questões fundamentais, tais como a origem da matéria.
E o que isso tem haver com a final da copa Libertadores da América, campeonato sulamericano de futebol de clubes, aparentemente nada. O problema é que no Brasil a imensa descoberta científica realizada pelos cientistas do CERN foi anunciada no mesmo dia do jogo decisivo da libertadores. Daqui a pouco Boca Juniors e Corinthians decidem o torneio, claro que essa manchete tomou conta de todos os jornais, enquanto o coitado do Bóson de Higgs, teve que se contentar com notas curtas e de importância secundária.

Subdesenvolvimento e falta de investimento em Educação, Ciência e Tecnologia
Enquanto as emissoras de televisão brasileiras estão o dia inteiro transmitindo notícias sobre futebol, o mundo está aparvalhado com a descoberta da partícula subatômica que é apelidada de partícula de Deus, porque confere matéria a outras partículas subatômicas, isso permitirá ter experimentos mais precisos e abre caminhos para muitas descobertas no campo da física nuclear.
O pacto de alienação da grande imprensa demonstra a vontade de manter o povo fora da esfera de pensamento sobre a realidade que nós cerca. A física de partículas para muitos prova a existência de Deus, para outros demonstra a impossibilidade de sua existência, mas para a classe dominantes no país é mais fácil que questões como essas não sejam debatidas.
Se o Corinthians for campeão daqui a pouco vão dizer que esse é um acontecimento de dimensão histórica. Apesar disso, nenhuma emissora de televisão vai dizer que o nome de libertadores da America, que até hoje o campeonato carrega, é uma homenagem aqueles que lideraram o povo latino-americano em revoluções independentistas, tais como Simon Bolivar, José Artigas, José de San Martín, Antonio José de Sucre e Bernardo O'Higgins.
Este último, aliás, quase chara do Peter Higgs e até que podemos ver alguma relação entre aqueles revolucionários e os cientistas sério de hoje. A ciência é fundamental para libertar o povo da supertição e do obscurantismo, sem ela é impossível imaginar um país que possa ter algum avanço em áreas sociais importantes como a medicina, por exemplo.
O Brasil não produz ciência, não tem educação de qualidade e, por isso, apesar dos libertadores da America continuaremos sendo uma economia completamente dependente e escravos ideológicos do capitalismo, liberdade precisa de conhecimento.

Greve geral das universidades públicas
Se o Bóson de Higgs passa ao largo da grande mídia brasileira, o que falar então da greve geral das universidades públicas no país, nem se quer um comentário. As maiores universidades do país estão paradas, porque um professor titular de uma universidade federal ganha um terço do salário de um funcionário do senado federal com nível médio.
Essa é a política do governo Dilma para educação e ciência e tecnologia. Precarização, falta de investimento e sobrecarga de trabalho. Enquanto faz um pacto com a mídia para iludir o povo o com pão e circo.

10 % do PIB já                           
Por isso, o PSTU está na luta pelos 10 % do PIB para educação já, e não daqui a 11 anos como propõe o governo junto com a União Nacional dos Estudantes, todo apoio aos trabalhadores da educação superior e aos estudantes em greve! Se o Corinthians for campeão comemoramos juntos, mas quando pensar em libertadores da America é preciso lembrar de muito mais que futebol, mas também de luta.

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