As universidades federais brasileiras vivem um novo e importante momento
de lutas e mobilizações em defesa da valorização dos servidores públicos
federais e da educação pública de qualidade.
A greve dos professores iniciada em 17 de agosto já atinge 50
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), a maior desde 2001. Já foram
deflagradas greves estudantis em 16 IFES contra a precarização do ensino e há
um indicativo dos técnico-administrativos de início das paralisações para o dia
11 de junho.
Essa realidade é fruto da política de arrocho do governo
Dilma sobre o funcionalismo público federal, de sua política educacional neoliberal
e da intransigência do MEC e do MPOG em negociar com os trabalhadores.
Acordos são descumpridos, reuniões são desmarcadas e a
indignação diante disso é tanta entre os três segmentos (professores, técnicos
e estudantes) que fazem o dia-a-dia das universidades que ficou impossível
continuar a trabalhar como se nada tivesse acontecendo.
O argumento do governo
para enrolar e negar as reivindicações dos professores, técnicos e estudantes é
de que não tem dinheiro para investir em melhores salários, em carreira digna e
melhores condições de trabalho. Mas será que não tem mesmo?
O Brasil é a 6ª economia do mundo, com um PIB de R$ 4,14
trilhões, onde os banqueiros e grandes empresários nunca lucraram tanto, seja
via verba do BNDES, seja via isenção fiscal. O problema não é a falta de
dinheiro. Mas sim para onde ele vai. Quase metade do orçamento (cerca de 45%)
da união deste ano de 2012 está destinado para pagar os juros e amortizações de
um dívida pública que já foi paga várias vezes e que continua a crescer. Além
disso, só de cortes no orçamento das áreas sociais, já se acumula R$ 55
bilhões, o maior da história. Enquanto isso, tem muito dinheiro para as
construtoras, os bicheiros e os políticos chafurdarem na lama da corrupção.
Temos que seguir o exemplo do povo grego e construir uma
grande greve geral nas universidades brasileiras para dobrar o governo e
garantir melhores salários, carreira digna e investimento de no mínimo 10% do
PIB na educação pública. Só com a intensificação das lutas e a unificação das
greves em curso é que podemos derrotar a política de arrocho e precarização do
governo e sair vitoriosos desse processo.
PSTU
www.pstu.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário