O dia nacional da
visibilidade lésbica foi instituído no I Seminário Nacional de Lésbicas em 1996
e tem se tornado a cada ano mais uma ferramenta de lutas das lésbicas em todo o
Brasil, pois passam a denunciar a dupla opressão que cotidianamente sofrem
(machista e homofóbica), o que de certa forma coloca ao movimento LGBT e
feminista o desafio de lutar contra essas opressões e ainda torná-la parte
fundamental da luta de todos os trabalhadores.
Os problemas que
envolvem a mulher lésbica são vários e não se resumem apenas a liberdades
sexuais. Estas enfrentam cotidianamente as mais variadas formas de opressão.
São discriminadas no trabalho, no estudo, tem problemas de moradia, estão
sujeitas ao assédio moral e sexual, além de conviver com a pior face do
machismo e da violência: mulheres lésbicas são estupradas tendo como argumento
a medida corretiva.
A
violência que atinge as mulheres lésbicas
Um caso emblemático foi
o caso de
Millicent Gaika, sul-africana que foi estuprada e torturada quase até a morte
por ser lésbica. A motivação para o crime foi o pretexto de “curá-la do
lesbianismo”, Gaika foi amarrada, espancada, estrangulada e violentada durante
horas. Esse caso suscitou a necessidade de discutir e combater uma prática que
se tornou banal naquele país e que acontece no mundo todo, cada vez mais: o
“estupro corretivo”.
Esse tipo de crime baseia-se no pressuposto de que
a homossexualidade feminina pode ser curada ou revertida através do estupro,
pois assim a mulher aprenderia a ter relações sexuais e receberia o devido
castigo por sua orientação sexual.
O “estupro corretivo” é uma terrível consequência da combinação de duas formas de opressão: o machismo e a homofobia. O descaso frente a essa dupla opressão é o que chamamos de “invisibilidade lésbica”.
O “estupro corretivo” é uma terrível consequência da combinação de duas formas de opressão: o machismo e a homofobia. O descaso frente a essa dupla opressão é o que chamamos de “invisibilidade lésbica”.
Aprovação imediata do PLC 122 original.
Todos os dias um LGBT é agredido
fisicamente, e as agressões psicológicas são constantes. Não existe Lei Federal que proteja os homossexuais no Brasil
e a impunidade é o grande “incentivo” para que os crimes continuem acontecendo.
Assim, os homossexuais, e especificamente, as mulheres, sofrem em silêncio o
que determina que elas não sejam contabilizadas como vitimas de machismo e/ou
homofobia.
O PLC 122/06 que tem
por objetivo punir os casos de discriminação e que tem por motivação a
orientação sexual ou identidade de gênero foi entregue por sua autora Marta
Suplicy (PT) para ser reescrito, justamente por aqueles que incentivam a
homofobia: a bancada fundamentalista cristã. Resultado, a nova versão não prevê
punição para discursos homofóbicos. Por isso, defendemos a aprovação imediata do PLC 122/06
original, que proíba e puna as práticas homofóbicas, sem concessões do Governo
aos fundamentalistas. O PSTU EXIGE A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA JÁ!
Queremos a revogação do veto ao Projeto “Escola
sem homofobia”
Temos o direito há uma educação livre de opressão: os jovens e a
sociedade precisam construir outras formas de relações sociais. Dilma vetou
aquele que foi chamado de “Kit anti-homofobia” ao sofrer pressão da bancada
fundamentalista, em troca evitou que o então ministro Antônio Palocci fosse
convocado para explicar o seu enriquecimento elícito de 2000% durante os quatro
anos que exerceu essa função.
O Kit anti-homofobia nada mais é que um material didático que aborda as
questões de orientação sexual e gênero e que tem por objetivo ser discutido
entre trabalhadores da educação, estudantes e pais, e que seria distribuído
gratuitamente pelo governo. Nossos direitos não podem ser moeda de troca na mão
de políticos, que preferem a corrupção que atinge nefastamente milhões de
brasileiros. É por conta disso que exigimos a revogação do veto de Dilma ao
projeto e a sua devida distribuição nas escolas. Precisamos discutir qual
educação precisamos no Brasil e que esta seja livre de opressão e exploração!
Só a luta muda à vida!
A situação vivenciada pelas lésbicas nas periferias, no campo, nas
escolas públicas, ou ainda, em trabalhos precários, não pode ser superada de
forma individual. Ter o dia da visibilidade lésbica incorporado ao calendário
de lutas é uma iniciativa importante e que deve ser incorporada pelos
movimentos sociais e organizações da classe trabalhadora e da juventude, para
assim romper o isolamento em que as lésbicas foram submetidas historicamente e
dessa forma ampliar nossa luta por direitos e nos fortalecermos para a
transformação radical desta sociedade.
O
PSTU em atividades referentes ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
No último domingo, dia
26 de agosto o Grupo LGBT do PSTU participou da 4º Marcha da Visibilidade das Mulheres
Lésbicas em Belém e que contou com aproximadamente 4.000 pessoas que saíram as
ruas para reafirmar sua orientação sexual. Entre palavras de ordem,
distribuição de adesivos e realização de contatos, transformamos o dia 26 em
mais um dia de luta contra a homofobia.
Dia 28 de agosto no
Hall da reitoria da UFPA a juventude do PSTU organizou um varal de poesias e um
vídeo debate. A atividade reuniu cerca de 30 jovens, na chamada “Terça Socialista”.
Foi um espaço rico, com debates sobre violência e a aprovação do PLC 122/06 e
apresentação do programa do partido para os LGBT’s.
O Grupo LGBT vai
realizar ainda um vídeo debate na sede do PSTU no dia 01 de setembro encerrando
as atividades referentes ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.
Pela criminalização da homofobia!
União Civil- extensão aos casais homossexuais de todos os direitos que a legislação concede aos casais heterossexuais!
Adoção- pelo direito de adoção de crianças por casais homossexuais!
Contra o assédio moral e sexual - contra as diferentes formas de perseguição, humilhação e discriminação sofridas pelos LGBT''s em locais de trabalho e estudo
Saúde- por uma saúde pública que contemple as especificidades da população LGBT, incluindo cirurgias de mudança de sexo, acompanhamento e tratamento.
Pelo socialismo!
PSTU: em defesa de todas as formas de amar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário