9 de agosto de 2012

Todo apoio à greve das Universidades e Institutos Federais!


No início da manhã desta quarta-feira, 08, a reitoria da Universidade Federal do Pará foi fechada pelos grevistas da instituição. Professores, técnicos-administrativos e estudantes realizaram assembleias paralelas para avaliar as últimas respostas do governo Dilma quanto à greve dos trabalhadores da educação.
A paralisação nas universidades segue num momento decisivo, no qual, o governo tenta por fim ao movimento. No entanto, Dilma tem recebido rejeição às suas propostas nas centenas de assembléias país afora.


Assembleia dos Técnicos-
administrativos da UFPA e UFRA

Assembleia dos Professores da UFPA


  
             
A greve continua!
Os professores têm ratificado a continuidade da greve, que já dura 85 dias. Rejeitaram duas propostas apresentadas pelo Ministério do Orçamento e Gestão –MPOG, demonstrando a clara insatisfação da categoria quanto à irresponsabilidade do governo ao não tratar a educação com a devida prioridade. Enquanto isso, segue destinando 47,19% do orçamento da União para pagamento de juros e amortizações da dívida pública e apenas 3,18% para a educação pública.
A categoria docente das universidades e institutos federais reivindica, como principal ponto de sua pauta de reivindicação, a reestruturação da carreira. Hoje, um professor recém-concursado para as universidades tem que avançar em cinco classificações, recebendo inicialmente um vencimento básico que varia entre R$ 557,51 e R$ 1.728,29 (ver link). A elevação desse piso depende da qualificação e do tempo de serviço. Tem, ainda, que enfrentar infra-estruturas inadequadas as condições de trabalho, agravadas com o Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades –REUNI.
O ANDES-SN, sindicato que tem representado a categoria sem trair a luta, propõe, em seu projeto de lei, uma única classificação para a carreira docente, a de Professor Federal, a percorrer 13 níveis (ver link). Consideravelmente, a proposta valoriza esses profissionais e se reflete na melhoria da qualidade de ensino.
Seguindo o movimento docente, os técnicos-administrativos das universidades e institutos federais partem para o segundo mês em greve. Desta vez com um novo fôlego, já que ano passado o governo se recusou a negociar com a categoria durante quatro meses de paralisação e ainda tentou criminalizar o movimento com medidas judiciais. Este ano, a intransigência do governo não segurou a onda de insatisfação dos trabalhadores da educação. Junto com os professores e os estudantes, a categoria conseguiu pressionar o governo a receber o movimento grevista e forçar o estabelecimento de negociação.
Os técnicos reivindicam reposição das perdas salariais nos últimos anos, que se acumulam em 22,08%, de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2012; elevação do piso mínimo da carreira para 3 salários mínimos; reposicionamento dos aposentados e resolução dos problemas no plano de carreira da categoria (PCCTAE).
Na última segunda-feira, 06, o governo foi pressionado a chamar uma reunião para apresentar uma proposta à categoria. Sem constrangimentos, apresentou míseros 15% de reajuste parcelado em três anos, a partir de 2013, e sem tocar em nenhum outro ponto da pauta. A exemplo dos professores, as assembleias estão rejeitando unanimemente a proposta e exigindo que o governo eleve o percentual, além de dar respostas aos outros pontos da pauta.
Vitória do movimento de luta e combativo!
É importante frisar a vitória do movimento sobre as ações daqueles que teimam em defender o governo. Se por um lado a direção do ANDES tem ganhado o respeito na defesa incontestável das reivindicações docentes, por outro o Proifes  tem se colocado contra a greve da educação. Este sindicato assinou a proposta do governo que foi rejeitada por 57 das 59 universidades federais do país. Emblemático o exemplo dos professores da UFBA que, em assembleia na última terça-feira, 07, aprovou convocar nova assembleia para destituir a diretoria do sindicato que teimava em defender a proposta do governo.
Entre os técnicos-administrativos, os setores da CUT e CTB estão acuados diante da força do movimento e não ousam mais a defesa do governo protagonizada na greve do ano passado, na qual foram derrotados quando propuseram a saída da greve.  Na UFPA, o bloco cutista não participa de nenhuma atividade, desde que começaram as mobilizações.
A estes setores só temos a lamentar e dizer que A GREVE CONTINUA com força total nas universidades!
Professores, estudantes e técnicos-administrativos em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade só com mais investimentos em educação!
Pela aplicação de 10% do PIB para a educação pública já!

Estudantes em apoio à greve


Nenhum comentário:

Postar um comentário