31 de agosto de 2013

Dia nacional de paralisações tem forte adesão e leva cerca de 300 mil trabalhadores à cruzarem os braços em todo estado do Pará

   


 O Dia Nacional de Paralisação, convocado por diversas Centrais Sindicais, começou cedo em Belém. Já por volta das 6h30, vários canteiros de obra espalhados por vários pontos da cidade estavam parados. Os trabalhadores da construção civil de Belém, aprovaram greve em assembleia realizada ontem à noite e se somaram à mobilização nacional de hoje.

     Segundo o vereador Cleber Rabelo (PSTU), a paralisação interna nos canteiros de obra feita hoje é prova viva da necessidade que os trabalhadores têm de lutar, não só por pautas econômicas, mas também por pautas políticas.

    “O aumento do salário é importante porque é o que determina quanto nós temos para colocar comida na mesa dos nossos filhos, mas mesmo que conseguíssemos 100% de reajuste seria insuficiente. Nós, trabalhadores, construímos esse país e não podemos usufruir de direitos básicos, como saúde, educação e moradia. É preciso inverter essa lógica!”, afirmou o vereador.

     Já por volta das 9h, estudantes e trabalhadores de diversas categorias se concentravam na Praça da República para sair em marcha até o Centro Integrado de Governo (CIG) e exigir do governo Simão Jatene (PSDB) mais investimentos em áreas sociais. Entre as categorias presentes estavam professores e servidores da UFPA, UFRA e UFOPA; trabalhadores em educação das redes municipal e estadual; comerciários; mototaxistas; servidores da Funpapa, Adepará e Iterpa; trabalhadores da Emater, do Detran e da COHAB; bancários, entre outros. No estado mais de 300 mil trabalhadores cruzaram os braços

     Para o representante estadual da CSP-Conlutas, Abel Ribeiro, o dia 30 de agosto é parte das lutas iniciadas pela juventude, no mês de junho, e conseguiu ser superior à forte paralisação realizada pelos trabalhadores do dia 11 de julho.
 
“As fortes mobilizações iniciadas pela juventude deixaram os governos contra a parede e questionam a lógica imposta por eles, de entrega dos recursos do nosso país aos banqueiros e empresários. O Dia nacional de Paralisações questiona tudo isso e deixa o recado dos trabalhadores: estamos prontos para a luta!”, disse.

Unificar a luta!




     A paralisação dos canteiros de obra de Belém foi garantida com o apoio da juventude e trabalhadores do PSTU. Isso porque os diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém (STICMB), se dirigiram para os municípios de Ananindeua e Marituba para mobilizar a categoria. Diferente de Belém, os sindicatos destes municípios fecharam o acordo de 9% com a patronal, um acordo muito recuado perto da exigência de 16% feita pela categoria.

     Com o apoio da diretoria do STICMB e do vereador Cleber Rabelo, a paralisação de duas horas também foi garantida nesses dois municípios e uma nova assembleia com mais de dois mil trabalhadores foi realizada. Na ocasião, os trabalhadores revogaram a decisão da assembleia anterior de aceitar os 9% e votaram pela greve da categoria a partir da próxima segunda-feira (2).

   “A assembleia do dia 30 foi uma vitória para a categoria! Os trabalhadores desses três municípios somam mais de 35 mil operários e, juntos, tem mais força contra a intransigência da patronal. Enquanto em várias capitais do país os trabalhadores da construção civil já conquistaram a cesta básica, em Belém, uma das capitais com a cesta básica mais cara do país, esse direito é negado!”, afirmou Atnágoras Lopes, dirigente nacional da categoria pela CSP-Conlutas.

   Agora, operários de Belém, Ananindeua e Marituba irão enfrentar a patronal e seus governos, PSDB e PMDB (Jatene, Zenaldo, Pioneiro e Elivan Faustino), que financiam os empresários do setor. Sem contar que estes empresários estão entre os maiores beneficiários do governo Dilma (PT). Só 9% não dá! Queremos cesta básica, já!

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