
O debate surgiu da necessidade de retomar a discussão sobre o processo revolucionário que ocorre no Oriente Médio. Nossa preocupação com os fatos ocorridos em âmbito mundial se faz por acreditarmos que nossa classe sofre com as mesmas mazelas em todos os lugares do mundo. Sendo explorados e manipulados pelo capital. Assim, defendemos que quando um povo se mobiliza contra nossos inimigos e conseguem vitória torna-se exemplo para que haja outras mobilizações. Exemplo disso tem as jornadas de Junho, o 11 de julho e o 30 de agosto que foram reflexos de tudo que está ocorrendo.
Iniciando a apresentação do tema, a professora Socorro Aguiar falou sobre o contexto vivido no Egito. Em sua fala destacou que enquanto primeiro país a se mobilizar, o movimento que aconteceu no Egito foi um passo importante para o levante de revoluções que sucederam. Porém, o país passa por um contexto mais complexo. Quando os egípcios se mobilizaram mudaram a forma de governo, entretanto a vitória não foi completa, infelizmente eles derrotaram um governo, mas não conseguiram derrotar o regime. Derrubar o ditador de Mubarak foi uma vitória, contudo, por falta de uma direção, a massa que derrubou o governo e enfraqueceu o regime militar hoje deposita sua confiança no exército.
Socorro explicou que o governo de Mohamed Morsi, que sucedeu Mubarak, continuou a política econômica dos militares, o que revoltou e reascendeu o espírito de mudança do povo Egípcio. Uma das maiores mobilizações já vistas, que desestabilizou o regime e retirou mais um governante do poder. A fim de conservar seu poder, o exercito deu um golpe, apresentando concessões tidas como democráticas. Uma delas foi sacrificar seu próprio aliado, Morsi. Por isso chamamos o povo egípcio a lutar de forma independente da Irmandade Mulçumana de Mohamed Morsi e ao mesmo tempo não deve ter nenhuma confiança no governo provisório capacho dos militares.
Marlon, por sua vez, trouxe ao debate os fatos ocorridos na Síria. Antes de iniciar sua fala, foi exposto um vídeo sobre a situação na Síria imagens e crianças e adultos agonizando após um possível ataque por armas químicas na Síria que chocaram o mundo. O vídeo foi importante para demonstrar que é preciso tomar alguma medida, mas não reconhecemos como solução a possível intervenção imperialista divulgada pela mídia.
Na ocasião, a mesa ressaltou a importância de apoiar a luta do povo Sírio, uma vez que o exército livre da Síria não tem um comando único (sendo formado por opiniões variadas). Mesmo que existam setores próximos ao imperialismo, pra nós é fundamental cercar de solidariedade os revolucionários que estão juntos nessa luta. Temos uma colossal luta das massas, mas falta uma direção revolucionária. "Não apoiamos a intervenção imperialista, mas também não apoiamos o governo do Assad.", afirmou Marlon. Assim, apoiamos não somente a derrubada do regime, mas a instalação de um governo dos trabalhadores.
"O mundo novo, o mundo da nossa classe só existirá sem nossos inimigos nele. A revolução é uma das tarefas mais difíceis, mas não é impossível".
Solidariedade ao povo Egípcio!
Solidariedade ao povo Sírio!
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