Os trabalhadores da educação no Pará entraram em greve por tempo
indeterminado na manhã desta terça-feira, 24. Cerca de três mil pessoas entre
professores, estudantes secundaristas do coletivo Reviravolta, universitários,
entidades como a Anel,e outros servidores caminharam pelas principais ruas de
Belém até a SEAD, a Secretaria de Administração do governo de Simão Jatene, do
PSDB. Lá já estava presente uma comissão formada por professores, que foi
recebida pela equipe do governo Jatene para negociar. O ato esteve concentrado
desde as 8:30 em frente ao CAN(Centro Arquitetônico de Nazaré), com carro som e
agitação dos professores e estudantes com cartazes, faixas, apitos e nariz de
palhaço.
Na última assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
do Estado do Pará(Sintepp) e a categoria de professores votaram pela greve
porque o governo não vem cumprindo com o Plano de Carreira da categoria(PCCR) e
nem com a jornada de trabalho. Abel Ribeiro, professor de sociologia e
militante do PSTU denuncia que o governo de Jatene, não vem cumprindo com o
PCCR e nem com a jornada e a manutenção das aulas suplementares. Os professores
exigem pagamento do retroativo do piso nacional, eleição direta para Diretor e
reforma imediata das escolas.
No estado todo do Pará existe, segundo a equipe de governo, 700 escolas
que precisam de reforma e segundo Abel, foi dado um prazo de cinco anos para
concluir toda a reforma. “Nós queremos a
aceleração desse prazo”, disse ele. Abel também denuncia que o governo de
Simão Jatene(PSDB) criminalizou o movimento grevista dos professores, antes
mesmo da greve ser deflagrada com uma ação na justiça que considerava a greve
ilegal, mas mesmo com essa decisão a categoria não se amedrontou. De acordo com
Abel, além de Belém, mais 30 municípios entre eles Marabá, Bragança,Castanhal e
Nova Timboteua, também entraram em greve.
Na reunião com a comissão de professores, no final da manhã, a equipe do
governo apresentou dois projetos de lei. Um que versa sobre o SOME(Sistema
Modular de Ensino) e o outro que trata da regulamentação, da jornada e das
aulas suplementares. Uma equipe do sindicato irá analisar os projetos. Nesta
quinta-feira,26, irá acontecer uma nova Assembleia para discutir os rumos da
greve.
"A greve vem
numa dinâmica de crescimento, com o apoio de estudantes e pais. Não vamos
recuar, até que nossas pautas sejam atendidas", disse Abel Ribeiro. "O governo vem há anos enrolando nossa
categoria, a respeito disso. A greve continua, Jatene a culpa é tua", finalizou.
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