O governador Simão Jatene
(PSDB) continua sua campanha para desmoralizar os educadores do estado e
derrotar politicamente a luta em defesa da educação. Mesmo com intermédio de
uma comissão de deputados, Jatene manteve intransigência e se negou a negociar
diretamente com a categoria. Os professores estão em greve há 45 dias, ocupam a
Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) pelo segundo dia e preparam
uma nova assembleia, a partir das 15h, para decidir os próximos passos, tanto da
ocupação, quanto da greve.
Os trabalhadores da rede de
ensino estadual decidiram ocupar o prédio da ALEPA, ainda na manhã de ontem (05/11),
após realização de uma marcha em defesa da educação, em conjunto com
trabalhadores da rede municipal de ensino (que estão em estado de greve, contra
as políticas implementadas pelo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, também do
PSDB). Após um dia inteiro de ocupação, os manifestantes conseguiram que uma comissão
formada por 5 deputados reunisse com o governador do estado para mediar a
situação.
A resposta, entretanto, só
veio hoje. Segundo o deputado estadual, Edmilson Rodrigues (PSOL), mesmo com
todo esforço da comissão, o governador não cedeu, nem financeiramente, no
sentido de avançar no atendimento das pautas, nem politicamente, já que não
aceitou reunir com a categoria. “Nós deixamos
claro que não iríamos negociar a pauta pela categoria, e sim mediar a situação
para que ambos os lados pudessem chegar em um acordo”. Segundo o deputado, o
governador afirmou que sempre esteve aberto a negociações, mas que não
iria deslegitimar seus secretários, que já vinham negociando com a categoria
desde o início da greve.
Para o coordenador da
CSP-Conlutas e militante do PSTU, Abel Ribeiro, no entanto, a afirmação parece
contraditória. “Como é que o governador diz que está aberto a
negociações, se não se dispõe a conversar com os trabalhadores?”, indagou. Abel
ainda relembra que a ocupação da ALEPA é parte de ações mais radicalizadas já
protagonizadas pela categoria como a ocupação da Secretaria de Educação do
Estado (SEDUC), fechamento de rodovias e atos pela cidade no sentido de
dialogar com a população e pressionar o governador para que ele negocie, agora
diretamente, com a categoria. “Nós já cansamos da enrolação e das mentiras dos
secretários Alex Fiúza e Alice Viana. Queremos ouvir do próprio Simão Jatene
qual o verdadeiro motivo para não melhorar a escola pública para os trabalhadores
e estudantes deste estado. Porque é isto o que está colocado com esta greve!”,
disse.
Logo mais, a partir das
15h, uma nova assembleia será realizada e deve decidir sobre a manutenção da
greve e da ocupação do prédio público.
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