
A periferia em cena
Não foram somente os rolezinhos, foram muitas outras mobilizações de trabalhadores negros e pobres que começam marcando o início de 2014. Em São Paulo, os trabalhadores sem teto mobilizaram milhares. De Santarém e Manaus, no norte, passando pelo Rio até Joinville no sul do Brasil, vários bloqueios de ruas e avenidas exigindo serviços básicos e essenciais: água encanada e energia elétrica.
No Rio de Janeiro, na zona oeste, há caso de energia elétrica suspensa diariamente desde novembro. Em todos os casos, o fornecimento de energia ou água não é reatado com rapidez, mas a presença dos batalhões de choque da PM é quase instantânea. Porém a luta não parece retroceder e os bloqueios e atos continuam.Na grande São Paulo, a periferia mostra sua indignação queimando ônibus. Indignados, os moradores reclamam somente o que é de seus direitos. O fim da ação truculenta da PM, além de serviços públicos de qualidade: transporte, saneamento etc. Tudo que é sentido na pele pelo descaso de Alckmin e Haddad. São os trabalhadores e o povo pobre e negro entrando em cena.
A voz dos trabalhadores
O movimento de periferia e dos rolézinhos puxaram a realidade para o lado das lutas. A greve dos rodoviários de Porto Alegre deixa os empresários encurralados. Os trabalhadores desafiam a justiça e dizem que encerram a greve se o Passe Livre for aprovado. Cai por terra a preocupação dos empresários com a população gaúcha. No RN, os professores entram em greve e o governo de Rosalba está por um fio de cair. Os empresários do transporte se movimentam para aumentar as tarifas. A juventude responde exigindo o congelamento e Passe Livre, tirando do lucro dos empresários.
Atos contra os desmandos da Copa colocaram o governo federal em alerta. Os servidores públicos federais lançam campanha salarial com indicativo de greve para março. Uma onda de indignação que parece não acabar movimenta o Brasil.
O outro lado da moeda: a voz dos opressores
Aumenta a repressão e ataque dos governos sobre os movimentos sociais. Em São Paulo, um tiro letal da PM deixou um estudante em coma, após uma manifestação. No mesmo estado, uma moça é atropelada intencionalmente por um PM em moto. No Pará, o governo de Jatene corta R$ 60 milhões dos salários dos servidores. Os governos do Brasil inteiro estão unidos. Contam com a ajuda preciosa da imprensa e da justiça, criminalizando as greves, rolezinhos e atos. Aprofundam o déficit habitacional, a crise na saúde pública e a desigualdade social.

O que dizer do racismo “redescoberto” no país da “igualdade racial”. Após os rolezinhos, o racismo veio à tona com milhares de comentários racistas. A justiça dividida, aplicou sentenças favoráveis a vários shoppings para impedir os rolezinhos. Ou seja, utilizam-se do racismo para crescer a muralha de concreto que separa pobres e ricos. O absurdo é menos mascarado em outro caso no Rio. Jovens de classe média agridem e acorrentam jovem negro de 15 anos a um poste. Não para por aí. Rachel Sheherazade do SBT, chama o jovem de marginalzinho e diz que a ação dos playboyzinhos é compreensível constroem a base ideológica e repressora pra fazer os trabalhadores abandonarem a
A desigualdade não diminui
Parece não haver governo que escape do descontentamento geral. Nem mesmo o governo federal está isento de críticas. O fato é que o aumento das tensões sociais se explica por um lado, pela farra dos empreiteiros, banqueiros e latifundiários, e por outro, pela pobreza crescente no Brasil. Isso mesmo. A pobreza é sentida na pele do povo trabalhador. O aumento da renda registrado nos últimos dez anos, é fruto do trabalho duro do Brasileiro que acorda cedo, enfrenta metrôs e ônibus superlotados, e/ou enfrenta quilômetros de congestionamento para poder trabalhar. É a brasileira que trabalha na obra e não tem creche para deixar seus filhos.
Da mãe de família que vê sua renda diminuir em um ano, o que demorou 10 anos pra conquistar a É maior a pobreza sim, porque o trabalhador está produzindo cada vez mais e ganhando relativamente cada vez menos. Enquanto as famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas, os bancos farreiam. O Itaú registrou lucro recorde de R$ 15 bilhões, o Bradesco de R$ 12 bilhões
de qualidade, apesar de a economia ter galopado nos últimos 10 anos.
Por que será? Em 2013 o gasto com a dívida pública foi de R$ 718 bilhões, mais do que o triplo gasto com pessoal, R$220 bilhões gastos com juros somaram, contando a inflação, o valor de R$ 1,190 trilhão. Em média, cada um dos 94 milhões de brasileiros com ocupação remunerada gastou, indiretamente, R$ 2 mil por ano com essa dívida. Através de carta, Dilma festejou dizendo ao congresso nacional que “É importante destacar que a necessidade de financiamento da Previdência Social caiu de 1,3% do PIB em 2009 para 1% em 2013; as despesas com pessoal, de 4,7% para 4,2% do PIB, no mesmo período. Esse esforço não seria concretizado sem a parceria do Congresso Nacional.” A chamada Lei de Responsabilidade Fiscal do governo FHC é usada por Dilma pra arrochar os trabalhadores. Na mesma carta, ela diz “Manteremos, em 2014, uma gestão das contas públicas compatível com a continuidade da política de profundo compromisso com a responsabilidade fiscal”
Dilma: rompa com os banqueiros

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