24 de setembro de 2014

Saúde pública é direito e não mercadoria!


A saúde representa um peso no orçamento familiar, pois devido ao sucateamento intencional a saúde pública estatal, as famílias são obrigadas a recorrer a serviços privados, comprometendo 6,49% do orçamento familiar, após habitação (35,50%), alimentação (20,75 %) e transporte (18,44%). Contudo apesar de sua importância o cenário da saúde pública brasileira é de descaso e caos, exemplificado pelas epidemias, de dengue no verão e gripe suína no inverno.
Para, além disso, a realidade das unidade de saúde pública incluem: filas sem garantia de atendimento, consultas e exames que demoram meses para serem marcada (obrigando as pessoas a recorrerem aos serviços privados), privatização, desmonte dos hospitais universitários, terceirização de serviços e da força de trabalho, subfinanciamento, péssimas condições de infraestrutura (como camas quebradas e/ou  enferrujadas, goteiras, infiltrações, mofo, entre outros), faltam desde recursos como remédios aos mais simples, como gaze, luvas, lençóis, material de escritório.
Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina, do total de 9,4 bilhões autorizados para investimentos na saúde em 2013, o governo só utilizou de fato, 3,9 bilhões. Isso representa um corte de 5,5 bilhões no orçamento da saúde, que significa menos gastos com aparelhamento, reformas ou construção de unidades de saúde e mais gastos com o pagamento da dívida pública.

Situação Estadual: Pará
No Pará, apesar do governo estadual alardear a construção de cinco hospitais e um recorde nos investimentos na saúde (1,5 bilhões), os investimentos tem sido basicamente para construção de hospitais, o que não resolve os problemas de saúde da maior parte da população do Estado que não tem acesso aos serviços básicos de saúde. Segundo informações do Sistema de Informações em Saúde do SUS (DATASUS), as principais causas de mortes são Doenças cardiovasculares – principalmente o infarto (20,2 /100.000), (25,7%), Câncer – principalmente o de colo de útero (6,6/100.000) e mama (5,3/100.000) (13%), Doenças Respiratórias (9,8%) e doenças infecciosas e parasitárias (6,7%).
Todas essas doenças são possíveis de serem controladas caso tratadas precocemente. Isto é, se a população tivesse acesso a consultas médicas na rede básica de saúde, o que significa unidades de saúde próximas a suas casas por médicos e demais integrantes da equipe de saúde, tais doenças seriam detectadas e tratadas precocemente e sem necessidade de internação hospitalar.
Essa carência de atendimento é vislumbrada quando vemos os dados referentes a relação profissional de saúde x habitante. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a relação ideal é de 1 médico para cada 1000 habitantes. Segundo os dados do DATASUS, há especialidades que estão muito abaixo do preconizado, como o Ginecologista Obstetra (0,2 médicos para cada 1000 habitantes) ou o Clínico Geral (0,3 para cada 1000 habitantes). Considerando as dimensões do Estado do Pará, mesmo o preconizado pela OMS é insuficiente.
Além disso, os profissionais de saúde tem remuneração baixa e devido a falta de investimentos e estrutura do interior optam por trabalhar na capital ou ainda trabalhar na iniciativa privada onde os salários são maiores.

As organizações sociais
O governo do Estado já vem há algumas gestões, tanto do PSDB como do PT, implementando um tipo de administração dos hospitais regionais indireta, através das OSs (Organizações sociais). Este modelo, já bastante difundido em alguns Estado como São Paulo, já mostrou que não dá certo. Por serem organizações em tese sem fins lucrativos, não prestam contas ao Estado de seus gastos, virando uma fonte fácil de corrupção e desvios de verbas, tal como a OS Pró-Saúde aqui no Pará, que já teve suas contas reprovadas duas vezes pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Há mais de três anos, a Pró-Saúde vem faturando, por ano, R$ 265 milhões do governo Simão Jatene para gerenciar quatro hospitais regionais: Santarém, Altamira, Marabá e o Metropolitano, em Ananindeua. A organização ainda ganhou esse ano a gestão de mais um hospital: o Galileu, também em Ananindeua.

É necessário acabar com a administração privada dos hospitais através das OS assim como com os contratos com clínicas, hospitais e laboratórios privados. Todos os recursos públicos devem ser investidos na saúde pública. Pois o motor e o fim da iniciativa privada é o lucro e não a saúde da população.

PROPOSTAS DO PSTU

Para garantir um atendimento de qualidade, o fim das filas intermináveis e o combate as endemias, o PSTU propõe aumento geral dos investimentos na saúde. Para a construção de mais unidades de saúde e contratação de mais profissionais que recebam salários dignos, temos que romper com a Lei de Responsabilidade Fiscal e deixar de repassar dinheiro para pagamento da dívida pública.

- 10% do PIB para a saúde pública já!
- Fim da admistração das OS nos hospitais públicos;
- Fim dos contratos e convênios do Estado com a iniciativa privada na saúde;
- Acabar com o deficit de leitos, que hoje é mais de 7 mil, com a construção de hospitais espalhados nas diversas regiões do Estado;
- Investimento na construção e equipamentos para as unidades básicas de saúde;
- Promover ações de prevenção e promoção a saúde – para evitar que as doenças se desenvolvam;
- Contratação de profissionais de saúde por concurso público;
- Criação do plano de cargos e salários dos profissionais de saúde;
- Implementação das 30 horas demais de trabalho para os servidores da saúde;

Fontes:

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