No dia 10 de abril, completou-se
100 dias do governo de Zenaldo Coutinho (PSDB). Após uma desastrosa gestão de
Duciomar Costa (PTB), Belém clama por melhores condições de vida. E Zenaldo
conquistou a vitória nas eleições em cima de um discurso de competência na
gestão e inovação, inclusive escondendo sua ligação com o ex-prefeito. Porém, o
que vemos até hoje é, além do marketing institucional, a continuidade da gestão
Duciomar, com o mesmo caos na saúde, aumento da violência, falta de
investimentos na educação e no saneamento.Começando pelos três “S”
elencados como prioridade do prefeito: saúde, segurança e saneamento, vamos
analisar como está a realidade de Belém hoje.
Saúde
O caos da saúde na cidade em nada
mudou. Permanecem as filas intermináveis nas unidades saúde, noticiadas todos
os dias na imprensa. Quando se consegue uma ficha para atendimento, não há
médicos. E quando há médicos, não há medicamentos. A falta de remédios no SUS
só fez piorar na gestão de Zenaldo. Seu decreto de “estado de emergência” no
início do ano em nada resolveu a situação. Até semana passada no Pronto-Socorro
do Guamá, por exemplo, não havia medicamentos básicos como anti-alérgicos e
anti-inflamatórios e o hospital chegou a ficar por três dias consecutivos sem
atendimento de clínica médica. Os
profissionais de saúde com salários atrasados desde a outra gestão, ainda
permaneceram sem pagamento por mais de dois meses neste ano e seguem ainda
recebendo com atraso.
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Visita de Cléber (PSTU) aos postos e pronto socorros, 2013 |
Segurança
O medo da violência tomou conta
da cidade. Não nos sentimos protegidos nem mesmo dentro de nossas casas. Belém
é a 26ª cidade mais violenta do mundo. Nos primeiros 45 dias do ano de 2013,
foram registrados 100 assassinatos, mais de dois por dia.
Infelizmente, a política do atual
prefeito para combater a violência é a mesma dos demais governantes: mais
violência. O aumento no número de assassinatos, a expansão do tráfico de drogas
e o crescimento no registro de assaltos e demais crimes tem motivações sociais.
De nada adianta implantar o Propaz municipal ou comprar mais armas para a
Guarda Municipal se as causas profundas da violência urbana (as desigualdades
sociais) não forem atacadas.
A juventude precisa de emprego,
educação, lazer e cultura para não ser atraída para o mundo das drogas e da criminalidade.
A dependência química tem que ser tratada como problema de saúde pública e não
uma questão moral ou policial. E os dependentes químicos precisam de tratamento
adequado e políticas sociais.
Saneamento
Nesses mais de 100 dias não se
viu nada. Nenhuma iniciativa concreta em relação
ao saneamento básico. O mutirão de limpeza feito através da Operação Cuida
Belém foi literalmente por água abaixo com a chuva da quarta-feira de cinzas, o
quem prova que o problema do saneamento em Belém é responsabilidade da
Prefeitura que não investe em rede de drenagem, em esgotamento sanitário, em
coleta seletiva de resíduos sólidos e acesso à água potável. Mais da metade da
população de nossa cidade não tem acesso a pelo menos um dos três itens básicos
que compõem o saneamento básico (coleta de lixo, água tratada e rede de
esgoto).
Educação
A exclusão da educação da lista
de prioridades de Zenaldo foi deliberação desde a campanha eleitoral. Essa
exclusão se confirma na prática. Em mais de 100 dias de governo, nenhum plano
foi apresentado pelo Prefeito para reduzir o déficit de 94% das crianças de 0 a
3 anos que estão fora das creches. Pouco mais de 1/3 das crianças de 4 e 5 anos
estão matriculadas na pré-escola. E a Prefeitura tem até 2016 pela legislação
para universalizar o atendimento a este nível de ensino.
O vereador Cleber Rabelo tem
lutado junto aos movimentos sociais e às comunidades periféricas para conseguir
doação de terrenos para construção de creches, e tem encaminhado as
solicitações para a Secretaria Municipal de Educação. Existe verba federal para
construção de 79 creches em Belém. O prefeito tem menos de um mês para
apresentar apenas os projetos de engenharia com seus respectivos terrenos
regularizados. Os movimentos sociais tem feito sua parte. Estamos cobrando da
Prefeitura para que faça sua, para que Belém não perca os recursos pelo o
descaso do governo municipal. Inclusive porque precisamos cobrar mais de Dilma,
que prometeu em sua campanha a construção de seis mil creches que ainda não
saíram do papel.
Belém ainda é a capital onde os preços mais sobem no país
Além de todos os problemas já
listados da cidade, Belém foi a capital onde a inflação mais subiu. Se no
restante do país já foi sentido no bolso o aumento dos produtos, aqui esse
impacto foi ainda maior. A farinha de mandioca quase dobrou de preço e outros
alimentos como o tomate também tiveram aumentos absurdos.
Inclusive as medidas do governo
federal, de redução da tarifa de energia elétrica e isenção dos impostos da
cesta básica, pouco foram sentidos no bolso dos belenenses.
O prefeito pode agir sobre isso,
mas até agora sequer comenta sobre este fato, que está afligindo a maioria das
famílias da cidade. Inclusive concedeu um amento de apenas 9% aos servidores
municipais, enquanto a inflação em Belém no período foi de 9,19%, ou seja, sem
aumento real e inclusive com perdas.
A gestão de Zenaldo está apenas
no começo, mas já deu sinais que em nada vai mudar a realidade dos
trabalhadores de Belém. Ao contrário, seguirá aprofundando as mazelas há anos
vividas pela população.
Direção Municipal PSTU Belém
Belém 17 de Abril de 2013
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