18 de abril de 2013

Um balanço dos 100 dias de governo municipal


No dia 10 de abril, completou-se 100 dias do governo de Zenaldo Coutinho (PSDB). Após uma desastrosa gestão de Duciomar Costa (PTB), Belém clama por melhores condições de vida. E Zenaldo conquistou a vitória nas eleições em cima de um discurso de competência na gestão e inovação, inclusive escondendo sua ligação com o ex-prefeito. Porém, o que vemos até hoje é, além do marketing institucional, a continuidade da gestão Duciomar, com o mesmo caos na saúde, aumento da violência, falta de investimentos na educação e no saneamento.Começando pelos três “S” elencados como prioridade do prefeito: saúde, segurança e saneamento, vamos analisar como está a realidade de Belém hoje.

Saúde

O caos da saúde na cidade em nada mudou. Permanecem as filas intermináveis nas unidades saúde, noticiadas todos os dias na imprensa. Quando se consegue uma ficha para atendimento, não há médicos. E quando há médicos, não há medicamentos. A falta de remédios no SUS só fez piorar na gestão de Zenaldo. Seu decreto de “estado de emergência” no início do ano em nada resolveu a situação. Até semana passada no Pronto-Socorro do Guamá, por exemplo, não havia medicamentos básicos como anti-alérgicos e anti-inflamatórios e o hospital chegou a ficar por três dias consecutivos sem atendimento de clínica médica.  Os profissionais de saúde com salários atrasados desde a outra gestão, ainda permaneceram sem pagamento por mais de dois meses neste ano e seguem ainda recebendo com atraso.
Visita de Cléber (PSTU) aos postos e pronto socorros, 2013
Quando questionado sobre o assunto, Zenaldo nega a realidade e parece viver em outra Belém, que só ele vê, com médicos em todas as unidades e sem falta de remédios. Infelizmente, a Belém dos trabalhadores e do povo pobre não é assim.

Segurança

O medo da violência tomou conta da cidade. Não nos sentimos protegidos nem mesmo dentro de nossas casas. Belém é a 26ª cidade mais violenta do mundo. Nos primeiros 45 dias do ano de 2013, foram registrados 100 assassinatos, mais de dois por dia.
Infelizmente, a política do atual prefeito para combater a violência é a mesma dos demais governantes: mais violência. O aumento no número de assassinatos, a expansão do tráfico de drogas e o crescimento no registro de assaltos e demais crimes tem motivações sociais. De nada adianta implantar o Propaz municipal ou comprar mais armas para a Guarda Municipal se as causas profundas da violência urbana (as desigualdades sociais) não forem atacadas.
A juventude precisa de emprego, educação, lazer e cultura para não ser atraída para o mundo das drogas e da criminalidade. A dependência química tem que ser tratada como problema de saúde pública e não uma questão moral ou policial. E os dependentes químicos precisam de tratamento adequado e políticas sociais.

Saneamento

Nesses mais de 100 dias não se viu nada. Nenhuma iniciativa concreta em relação ao saneamento básico. O mutirão de limpeza feito através da Operação Cuida Belém foi literalmente por água abaixo com a chuva da quarta-feira de cinzas, o quem prova que o problema do saneamento em Belém é responsabilidade da Prefeitura que não investe em rede de drenagem, em esgotamento sanitário, em coleta seletiva de resíduos sólidos e acesso à água potável. Mais da metade da população de nossa cidade não tem acesso a pelo menos um dos três itens básicos que compõem o saneamento básico (coleta de lixo, água tratada e rede de esgoto).

Educação

A exclusão da educação da lista de prioridades de Zenaldo foi deliberação desde a campanha eleitoral. Essa exclusão se confirma na prática. Em mais de 100 dias de governo, nenhum plano foi apresentado pelo Prefeito para reduzir o déficit de 94% das crianças de 0 a 3 anos que estão fora das creches. Pouco mais de 1/3 das crianças de 4 e 5 anos estão matriculadas na pré-escola. E a Prefeitura tem até 2016 pela legislação para universalizar o atendimento a este nível de ensino.
O vereador Cleber Rabelo tem lutado junto aos movimentos sociais e às comunidades periféricas para conseguir doação de terrenos para construção de creches, e tem encaminhado as solicitações para a Secretaria Municipal de Educação. Existe verba federal para construção de 79 creches em Belém. O prefeito tem menos de um mês para apresentar apenas os projetos de engenharia com seus respectivos terrenos regularizados. Os movimentos sociais tem feito sua parte. Estamos cobrando da Prefeitura para que faça sua, para que Belém não perca os recursos pelo o descaso do governo municipal. Inclusive porque precisamos cobrar mais de Dilma, que prometeu em sua campanha a construção de seis mil creches que ainda não saíram do papel.

Belém ainda é a capital onde os preços mais sobem no país

Além de todos os problemas já listados da cidade, Belém foi a capital onde a inflação mais subiu. Se no restante do país já foi sentido no bolso o aumento dos produtos, aqui esse impacto foi ainda maior. A farinha de mandioca quase dobrou de preço e outros alimentos como o tomate também tiveram aumentos absurdos.
Inclusive as medidas do governo federal, de redução da tarifa de energia elétrica e isenção dos impostos da cesta básica, pouco foram sentidos no bolso dos belenenses.
O prefeito pode agir sobre isso, mas até agora sequer comenta sobre este fato, que está afligindo a maioria das famílias da cidade. Inclusive concedeu um amento de apenas 9% aos servidores municipais, enquanto a inflação em Belém no período foi de 9,19%, ou seja, sem aumento real e inclusive com perdas.
A gestão de Zenaldo está apenas no começo, mas já deu sinais que em nada vai mudar a realidade dos trabalhadores de Belém. Ao contrário, seguirá aprofundando as mazelas há anos vividas pela população.

Direção Municipal PSTU Belém 
Belém 17 de Abril de 2013

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