28 de junho de 2014

NOSSO ORGULHO É LUTAR CONTRA A HOMOFOBIA


O dia 28 de junho, conhecido como o “Dia do Orgulho LGBT” (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros), deve ser lembrado pela história que o instituiu: de resistência e combate à violência homofóbica. Este que foi um levante ocorrido em 1969, protagonizado pela comunidade LGBT que frequentava o bar Stonewall Inn em Nova Iorque e que, liderada por travestis, foi para o confronto com a polícia, rompendo o silêncio e rebelando-se contra os maus tratos sofridos historicamente. Um ano depois, mais de dez mil LGBT’s saíram às ruas para comemorar a Revolta de Stonewall e de forma organizada reivindicar seus direitos e lutar contra a homofobia.
O PT que, historicamente, era referência para o movimento LGBT, criou muitas expectativas de políticas públicas para este setor, mas em 11 anos que está no governo nada houve de concreto para o combate da homofobia. O Projeto Brasil sem Homofobia serviu apenas para propagandear a existência de políticas que, em sua maioria, permanecem no papel e que serviram para a cooptação das lideranças sindicais e populares dos movimentos, evitando assim, os confrontos das bases com o governo de Frente Popular que tem governado para a burguesia e setores conservadores de nosso país.
De acordo com os Relatórios Anuais do Grupo Gay da Bahia, nos últimos quatro anos, houve um aumento de 14,7% nas mortes motivadas pela homofobia, entre homicídios e suicídios, sendo em média 300 mortes por ano. Só em janeiro de 2014 foram contabilizados 42 assassinatos motivados pelo ódio à população LGBT, um a cada 18 horas, registro assustador que nem mesmo os países que criminalizam a homossexualidade alcançam.
Está em exposição em Salvador a mostra “Irã: o inferno dos homossexuais”. Lançada no dia 25 de junho, quando ocorreu o jogo da Copa do Mundo 2014, Irã x Bósnia-Herzegovina. O Irã é um destes países que criminaliza a prática homosexual, denominada de “crime da sodomia” e, em média, são executados de um a dois LGBT’s por ano naquele país. Mas no Brasil, como já foi dito acima, um LGBT é morto a cada 18 horas. Fica a pergunta: onde é mais quente o inferno?
O país da Copa que gastou, segundo dados oficiais, 25,6 bilhões de reais nos estádios e infra-estrutura para se adequar ao Padrão FIFA, é o mesmo que não consolida políticas públicas dignas para os LGBT’s, como o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 122/2006 que criminaliza a homofobia, e que vetou o Kit “Escola sem Homofobia”, impossibilitando qualquer avanço no debate sobre identidade de gênero e homofobia. E é o mesmo que silênciou diante do então presidente da Comissão de Direitos Humanos, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e que ficou conhecido, justamente, por incitar o ódio e a intolerância aos homossexuais. Este silêncio institucionalizado do governo federal é, também, homofóbico. A falta de políticas públicas e o engavetamento do PLC 122 são responsabilidades de Dilma e seus aliados políticos que silenciosamente, dia após dia, dizimam brutalmente os LGBT no Brasil.
Mas não é apenas o PT que faz acordos com os setores parlamentares fundamentalistas e homofóbicos. Aqui no Pará, por exemplo, o atual governador, Simão Jatene, do PSDB e que em seu partido se organiza um setor LGBT: a Diversidade Tucana, anunciou recentemente a coligação entre o seu partido  e o PSC (Partido Social Cristão) e que efetivou o deputado federal Zequinha Marinho para vice-governador. Só para lembrar, Zequinha apresentou em 2010 o Projeto de Lei nº 7018 que, caso aprovado, proibirá a adoção de crianças e adolescentes por casais do mesmo sexo. Eleger um vice-governador homofóbico para o Estado é um ataque e um retrocesso aos direitos e à luta dos LGBT’s.
O setor LGBT no Estado precisa romper com aqueles que travam as nossas lutas: o PT, o PSDB e os setores fundamentalistas. Nós do PSTU acreditamos que é possível resgatar o espírito combativo de Stonewall, rompendo o silêncio para que o medo se transforme em disposição de luta. Para que “sair do armário” não signifique entrar nas estatísticas da violência homofóbica e sim a construção de uma sociedade livre para homens, mulheres, negros e negras e LGBT’s. 
Nosso Partido tem por princípio derrotar a exploração e alienação dos trabalhadores e trabalhadoras, buscando a essencialidade humana em todos os seus potenciais, para a construção de uma nova sociedade e, essa luta só pode ser consequente se todos os setores desta classe travarem a luta contra a opressão machista, racista e homofóbica que intensifica essa exploração.

Nos 45 anos de Stonewall, queremos ter o orgulho de ser quem somos, mas principalmente o orgulho de lutar contra a homofobia. Por isso fazemos um chamado: LGBT’s do Pará se organizem no PSTU!!!!!
SECRETARIA LGBT - PSTU BELÉM

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