6 de agosto de 2014

Vamos ter que voltar para a época da lamparina?

Os trabalhadores do Pará terão uma desagradável surpresa na conta de luz. A partir de amanhã os consumidores residenciais pagarão 34,34% a mais pela energia. Esse é o 15º aumento na tarifa dos paraenses e, segundo o Dieese, é também o maior desde a privatização da Centrais Elétricas do Pará (Celpa), em 1998. Os reajustes acumulados nesse período já somam 417%. Tudo para o bolso dos trabalhadores! 
É inadmissível que o Pará tenha tarifas tão altas, sendo que é um dos maiores produtores de energia do país. É impossível olhar para usinas hidrelétricas construídas a custa de barbáries sociais e ambientais, como Tucuruí (atualmente a maior usina hidrelétrica do Brasil) e recentemente Belo Monte (que pretende ser a 3ª maior usina do mundo) e não achar estranho que em muitos municípios do estado ainda tenham pessoas sem acesso à energia elétrica. Isso acontece porque o objetivo dos governos vai na contramão dos interesses dos trabalhadores. A maior parte da produção energética do estado é destinada para a região sul-sudeste e o que fica para a Amazônia, em sua maior parte, é destinado para os projetos de expansão das mineradoras, como Vale e Alcoa.
Ainda assim, continuamos pagando alto por uma péssima qualidade no fornecimento. Mas a situação da Celpa e o aumento da tarifa de luz não são apenas responsabilidades do governo federal, de Dilma (PT). São também responsabilidades dos governos tucanos do PSDB que privatizaram a Celpa e entregaram essa empresa a preço de banana para a iniciativa privada.
E cada empresa que assume encontra um método de aumentar o preço da conta de energia. Foi assim com o grupo Rede e agora com o grupo Equatorial. As desculpas são sempre as mesmas: o reajuste ocorre em função do encarecimento da energia no país e da queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas... e aos trabalhadores resta a máxima: paga, depois reclama!
E tem mais. Fruto dessa privatização do PSDB discute-se que a conta de energia seja nos moldes da conta de celular, ou seja: tarifa pré-paga. O trabalhador tem que pagar antes para consumir os créditos e quando acabar, a luz é cortada automaticamente e o consumidor fica no escuro.  Será que vamos ter que voltar para a época da lamparina?
É preciso dizer não a esse aumento abusivo. E isso passa por inverter as prioridades dos governos; pela reestatização da Celpa e pela luta por um outro modelo energético para o Pará, a Amazônia e o Brasil.  

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