“Queremos aumento real e cesta básica digna!”
Os operários farão uma nova assembleia com paralisação amanhã (05/09) e decidirão os rumos da campanha salarial.
Desde às 5h30 da manhã, vários diretores do sindicato e militantes do PSTU aguardavam a chegada dos trabalhadores nos canteiros de obra. Após a chegada, o piquete saia ao encontro de novos piquetes com mais operários. “É bonito ver o encontro de centenas de operários e operárias se tornando milhares pelas ruas de Belém. É um verdadeiro tsunami de peão mostrando a força de uma categoria que não se cansa de lutar!”, disse o operário e candidato a deputado estadual (16.123), Ailson Cunha.
Com a chegada da passeata na porta do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon/PA), por volta das 11h, a categoria rejeitou a proposta da patronal e resolveu marcar uma nova assembleia com paralisação para esta sexta-feira (05/09), na tentativa de aguardar uma contraproposta dos empresários.
"Essa é uma luta honesta de pais e mães de família que são explorados todos os dias nos canteiros de obra. Lutamos há três anos pela cesta básica e finalmente ela está em discussão. Óbvio que o valor está fora de nossa realidade, mas já é uma vitória parcial. Agora, vamos seguir unidos e mostrar que se tem asfalto, escola, universidade e posto de saúde, é porque os trabalhadores da construção civil constroem. Por isso, merecemos aumento de salário real e cesta básica digna!", disse o operário, vereador de Belém e candidato a deputado federal, Cleber Rabelo (1616).
A luta pela cesta básica não é recente e o período de crise e a recessão técnica em que se encontra o Brasil (com queda na produção industrial) não justificam os salários de fome e a falta de segurança que os trabalhadores são submetidos. “Os patrões dizem que passam por um período difícil, mas Belém é um verdadeiro canteiro de obra! Além disso, as isenções que o governo federal concede e o lucro das construtoras são gigantescos. Nós não podemos ser responsabilizados por isso!”, afirmou Danielle Schusterschitz, dirigente do sindicato, mais conhecida como Lôra.
A luta sindical deve ser parte da luta política
A campanha salarial dos trabalhadores da construção civil deste ano, ocorre em meio a campanha eleitoral. Durante estes meses todos, vários candidatos dizem estar na luta pela conquista de mais direitos. Mas depois de eleitos, viram as costas para as necessidades dos trabalhadores. Isso acontece porque a maioria dos deputados (federais ou estaduais) são empresários. Eles nunca votarão leis que afetem seus lucros ou seus interesses, que são contrários aos dos trabalhadores. “Por isso, esta campanha salarial também deve servir para arrancarmos uma vitória política. Nessas eleições, chega de votar no patrão. Operário tem que votar em operário!”, afirmou Cleber.
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