9 de setembro de 2014

Operários param avenida Almirante Barroso no 2º dia de greve

No 2º dia de greve dos operários e operárias da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba, mais de 3 mil trabalhadores tomaram as ruas da capital paraense. Em um grande ato que fechou a avenida Almirante Barroso, os operários ganharam o apoio da população e denunciaram a intransigência da patronal, que insiste em não negociar com a categoria em greve. O Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), inclusive, enviou nota aos meios de comunicação locais informando que não pretende negociar os dias parados. "Se os patrões apostam na fome das nossas famílias, nós apostamos na nossa força!", disse Cleber Rabelo, operário da construção civil, atual vereador de Belém e candidato a deputado federal (1616). De acordo com o sindicato dos trabalhadores, 97% dos canteiros de obra estão parados e a greve continua. 
Assim como no primeiro dia, a passeata foi seguida de perto pela polícia do governador Simão Jatene (PSDB). Além da Tropa de Choque, ROTAM e cavalaria, também foram deslocados helicópteros e drones, em uma tentativa de vigiar e intimidar os trabalhadores. Ainda assim, a passeata ocorreu de forma tranquila e ganhou o apoio da população. Várias pessoas, entre rodoviários, trabalhadores do comércio e transeuntes nas paradas de ônibus, sinalizaram positivamente e acenaram para os operários compreendendo a justa luta que estão travando. 
“O apoio dos trabalhadores dessa cidade fortalece a nossa luta e nos dá forças para continuar. Mas o que tem que ficar na consciência de cada trabalhador é que o governador Simão Jatene (PSDB), que quer se reeleger com o voto dos trabalhadores da construção civil, é quem comanda os ataques da polícia à nossa categoria quando está em greve.”, denunciou Cleber.
O ato saiu da Travessa 9 de Janeiro, percorreu a avenida José Malcher, e passou pela travessa Alcindo Cacela e avenida Magalhães Barata, chegando na avenida Almirante Barroso. Quando os operários chegavam próximo à avenida Dr. Freitas, encontraram um outro ato. Os trabalhadores em educação do município estavam em frente ao prédio do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) protestando contra o corte dos salários feito pelo prefeito Zenaldo Coutinho em retaliação à greve da categoria. Para o educador Sebastião Vilhena, a força e a garra dos operários da construção civil devem servir de exemplo a cada trabalhador. “O ataque dos governos e dos patrões é um só. E a nossa luta também deve ser só uma. Seja rodoviário, educador ou operário, é nosso dever nos solidarizarmos a cada luta e fazer com que saiamos vitoriosos de cada uma delas”, disse. 
Amanhã, os trabalhadores realizarão nova assembleia em frente ao sindicato dos trabalhadores para definir os rumos do movimento. Eles reivindicam reajuste salarial entre 8% e 10% e, apesar de já terem aceitado a proposta de cesta básica no valor de R$40, lutam para que não haja desconto em caso de falta por motivo de doença. “Por conta da ganância dos empresários, há pouco investimento em segurança nos canteiros de obra e ocorrem vários acidentes, inclusive fatais. Querer descontar nossa cesta básica em caso de atestado médico é um sinal de que os empresários duvidam do trabalho sério e comprometido dos médicos e representa, na verdade, o corte desse direito à nossa categoria. Isso nós não vamos aceitar”, disse Cleber. 

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