Parauapebas é um
município do estado do Pará com uma população aproximada de 176 582 habitantes
de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE de 2013. Localizado na maior província mineral do planeta: a Serra dos
Carajás. A atividade mineradora é a principal fonte de recursos do município,
mantendo empregados diretamente cerca de 8.000 pessoas e indiretamente cerca de
20.000.
É a cidade média (cidade acima de 100000 habitantes) que mais cresce no
país, tendo como motivação a extração de minério de ferro, tendo uma expansão
de seu produto interno bruto de 144% entre 2008 e 2011 enquanto no Brasil o
crescimento foi de 10%. Superou o PIB de Belém (capital paraense) e em 2013 foi
a cidade que mais exportou, gerando 10 bilhões de dólares em divisas, na frente
de São Paulo que contabilizou 8,6 bilhões.
As reservas minerais
de Carajás foram descobertas na década de 1960 com concessão à Vale do Rio Doce
para a exploração de Minério de ferro, ouro e manganês. A exploração de minério
fez parte de um dos grandes projetos voltados para a Amazônia com o nome de “Projeto
Grande Carajás-PGC”.
Com a descoberta, iniciou
imediatamente um processo de rapinagem mascarada através de programas que
traziam em seu bojo um conjunto de projetos que visava implantar um pólo
siderúrgico na Amazônia e que no período tinha como objetivo o “desenvolvimento
da Amazônia” e ainda uma série de vantagens, como: seu enorme potencial mineral
(a estimativa era abastecer as principais siderúrgicas europeias, americanas e
japonesas por mais de um século; a existência de uma grande floresta para à
fabricação de carvão vegetal; o grande potencial hidrelétrico (construção da Hidrelétrica
de Tucuruí); mão de obra barata possibilitada pela grande migração; implantação
de obras de infraestrutura para execução do programa; isenção de impostos e
vários subsídios.
Parauapebas:
a previsão de esgotamento do recurso mineral e o caos social já instalado
Diferentemente do que
foi propagado no período de sua descoberta a previsão para o esgotamento do
recurso mineral é para aproximadamente duas décadas. De acordo com as
projeções recentes da Vale, as três minas hoje exploradas em Parauapebas devem
se esgotar até 2035. Isso pode ou não acontecer, pois depende das técnicas
empregadas, mas o fim do recurso será inevitável. Mas como a sangria de nossos
recursos não pode parar e o capitalismo precisa garantir seu funcionamento, a
Vale já tem planos de exploração para dois municípios vizinhos: Canaã dos
Carajás e Curionópolis.
De tudo o que foi
planejado para o PGC e que certamente gerou muita riqueza para aqueles que
exploram o seu recurso, existe a grande miséria social e a destruição
de nossos
recursos naturais e do modo de vida amazônico das populações tradicionais. O
resultado disso foi a expulsão dos moradores antigos da região, o conflito pela
posse da terra, o desemprego e o subemprego, a falta de moradia,
saneamento básico, e a violência cada vez mais crescente.
Estamos diante de uma cidade
milionária, que contraditoriamente, vive a pobreza e as demais mazelas sociais
provocadas pelo abandono do poder público. Em Parauapebas 22 mil famílias moram
em habitações precárias. O esgoto fica a céu aberto e o índice de coleta de
lixo é de apenas 13% (a média brasileira é 48%, o que já não é ideal). A taxa
de homicídios é de 60,5 para cada 100.000 habitantes, estando entre as 100
cidades mais violentas do país.
Como pode a cidade mais rica do
país ter índices de pobreza extrema, sem garantia de saúde, educação, moradia,
saneamento e segurança para a maioria do povo pobre? Até quando as riquezas
serão exploradas até o esgotamento, restando apenas os buracos e a pobreza.
Propomos:
-Reestatização da Companhia Vale
do Rio Doce sem indenização
-Que as empresas mineradoras
transnacionais que exploraram nossos recursos recuperem os danos que causam ao
nosso ambiente;
-Por um plano habitacional que
garanta vida digna a população de Parauapebas;
- Por um plano de obras públicas
(construção de escolas, hospitais, moradias populares, estradas, obras de
saneamento) para assim melhorar os serviços públicos e gerar emprego e renda e
assim ampliar as oportunidades e valorização dos trabalhadores
- Efetiva proteção das terras
indígenas e quilombolas
-Construir Parauapebas para os
trabalhadores!
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