25 de setembro de 2014

RIQUEZA VERSUS POBREZA: PARAUAPEBAS EXEMPLO DAS CONTRADIÇÕES DO CAPITALISMO

Parauapebas é um município do estado do Pará com uma população aproximada de 176 582 habitantes de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE de 2013. Localizado na maior província mineral do planeta: a Serra dos Carajás. A atividade mineradora é a principal fonte de recursos do município, mantendo empregados diretamente cerca de 8.000 pessoas e indiretamente cerca de 20.000.
É a cidade média (cidade acima de 100000 habitantes) que mais cresce no país, tendo como motivação a extração de minério de ferro, tendo uma expansão de seu produto interno bruto de 144% entre 2008 e 2011 enquanto no Brasil o crescimento foi de 10%. Superou o PIB de Belém (capital paraense) e em 2013 foi a cidade que mais exportou, gerando 10 bilhões de dólares em divisas, na frente de São Paulo que contabilizou 8,6 bilhões.
As reservas minerais de Carajás foram descobertas na década de 1960 com concessão à Vale do Rio Doce para a exploração de Minério de ferro, ouro e manganês. A exploração de minério fez parte de um dos grandes projetos voltados para a Amazônia com o nome de “Projeto Grande Carajás-PGC”.
Com a descoberta, iniciou imediatamente um processo de rapinagem mascarada através de programas que traziam em seu bojo um conjunto de projetos que visava implantar um pólo siderúrgico na Amazônia e que no período tinha como objetivo o “desenvolvimento da Amazônia” e ainda uma série de vantagens, como: seu enorme potencial mineral (a estimativa era abastecer as principais siderúrgicas europeias, americanas e japonesas por mais de um século; a existência de uma grande floresta para à fabricação de carvão vegetal; o grande potencial hidrelétrico (construção da Hidrelétrica de Tucuruí); mão de obra barata possibilitada pela grande migração; implantação de obras de infraestrutura para execução do programa; isenção de impostos e vários subsídios.

Parauapebas: a previsão de esgotamento do recurso mineral e o caos social já instalado

Diferentemente do que foi propagado no período de sua descoberta a previsão para o esgotamento do recurso mineral é para aproximadamente duas décadas. De acordo com as projeções recentes da Vale, as três minas hoje exploradas em Parauapebas devem se esgotar até 2035. Isso pode ou não acontecer, pois depende das técnicas empregadas, mas o fim do recurso será inevitável. Mas como a sangria de nossos recursos não pode parar e o capitalismo precisa garantir seu funcionamento, a Vale já tem planos de exploração para dois municípios vizinhos: Canaã dos Carajás e Curionópolis.
De tudo o que foi planejado para o PGC e que certamente gerou muita riqueza para aqueles que exploram o seu recurso, existe a grande miséria social e a destruição
de nossos recursos naturais e do modo de vida amazônico das populações tradicionais. O resultado disso foi a expulsão dos moradores antigos da região, o conflito pela posse da terra, o desemprego e o subemprego, a falta de moradia, saneamento básico, e a violência cada vez mais crescente.
Estamos diante de uma cidade milionária, que contraditoriamente, vive a pobreza e as demais mazelas sociais provocadas pelo abandono do poder público. Em Parauapebas 22 mil famílias moram em habitações precárias. O esgoto fica a céu aberto e o índice de coleta de lixo é de apenas 13% (a média brasileira é 48%, o que já não é ideal). A taxa de homicídios é de 60,5 para cada 100.000 habitantes, estando entre as 100 cidades mais violentas do país.
Como pode a cidade mais rica do país ter índices de pobreza extrema, sem garantia de saúde, educação, moradia, saneamento e segurança para a maioria do povo pobre? Até quando as riquezas serão exploradas até o esgotamento, restando apenas os buracos e a pobreza.

Propomos:
-Reestatização da Companhia Vale do Rio Doce sem indenização
-Que as empresas mineradoras transnacionais que exploraram nossos recursos recuperem os danos que causam ao nosso ambiente;
-Por um plano habitacional que garanta vida digna a população de Parauapebas;
- Por um plano de obras públicas (construção de escolas, hospitais, moradias populares, estradas, obras de saneamento) para assim melhorar os serviços públicos e gerar emprego e renda e assim ampliar as oportunidades e valorização dos trabalhadores
- Efetiva proteção das terras indígenas e quilombolas

-Construir Parauapebas para os trabalhadores!

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