Vivemos um momento histórico nefasto
para os LGBT’s no Brasil. Nós temos a maior parada gay do mundo, e reivindicamos a sua realização, no entanto é necessário que ela retome o caráter político com que foi criada, de reivindicações por direitos, e não ser apenas um momento festivo, pois o Brasil também é considerado o país mais homofóbico do mundo.
De acordo com dados do Grupo Gay da
Bahia a morte de homossexuais triplicou de 122 casos em 2007 para 336 em 2012.
Um homossexual é morto com requinte de crueldade a cada 26 horas. Dos casos
registrados em 2011 houve um aumento de 26%, e nos últimos 7 anos de 177%.
O que isso significa: que os
homossexuais no Brasil estão sendo exterminados sem que nenhuma política
efetiva de combate a isso seja tomada. Os assassinos não são punidos, e as
mortes e/ou violência contra homossexuais acabam surgindo como dados
contabilizados em outros tipos de violência, o que mascara a realidade impossibilitando
assim que se tenham dados oficiais, já que o GGB faz sua pesquisa em cima dos
casos que ele tem conhecimento através dos meios de comunicação.
Temos o entendimento de que hoje, a
aprovação da PL 122/06 que criminaliza a homofobia pode contribuir para a
diminuição desse genocídio de homossexuais no país. Não queremos que os crimes
contra homossexuais continuem impunes, muito menos que sejam apresentados a
sociedade tendo como causa o “motivo banal”, pois ser morto por sua orientação
sexual não é banal.
O
Governo Dilma tem, ano após ano, negociado a vida dos homossexuais desse país, pois
através de acordos espúrios com a bancada conservadora do congresso vai cedendo
os nossos direitos que tanto afrontam a tais setores. Foi para não ver Palloci
ser investigado que o Kit anti-homofobia foi vetado. Foi para negociar apoio
político das bancadas conservadoras que se trava a Lei que criminaliza a
homofobia (PL 122/06) e atualmente estamos vendo o escândalo que é ter Marcos
Feliciano para a comissão de direitos humanos e minorias: um racista,
homofóbico e machista.
É nesse momento de grande ofensiva de
setores conservadores em relação aos direitos sequer ainda conquistados pelos
LGBT’s do país que o PSTU tem orgulho de apresentar o lançamento de sua
Secretaria LGBT em Belém. Estamos na luta contra a homofobia. Entendemos que
essa não se dá sem travarmos uma luta combinada contra a opressão e a
exploração inerentes ao sistema capitalista e que transformas as diferenças
existentes na sociedade como elementos para a subjugação.
Queremos fazer uma convocação às
trabalhadoras e trabalhadores: lésbicas, gays, bissexuais e transexuais de
Belém e do Estado do Pará a vir conhecer o PSTU e o nosso programa para os
homossexuais. Mais ainda, queremos que você venha construir conosco essa
ferramenta de luta.
Contra a homofobia a nossa luta é todo
dia!
Por Lélia Oliveira
Secretaria LGBT do PSTU Belém
Parabéns pela iniciativa!!!
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